13 de novembro de 2010

Levemente Intenso e Obscuro

Dia sombrio se abate por entre as nuvens esmorecidas desta vida, tenta o sol espreitar, sem contudo conseguir ver-me.
Levanto-me pensando que será diferente este dia escuro, mas continua tudo na mesma apatia aziada de ontem, fecho os olhos, levanto os olhos ao horizonte, não te vejo, lavo a cara da vergonha da rejeição e sorriu para o espelho onde aparece uma imagem distorcida de uma tal felicidade aparente.
Torno a fechar os olhos, caiu na cama como se morto estivesse, desejo sonhar.
Com o medo de estar a viver, lágrimas descem pela minha face.
Encolho-me por entre pensamentos, distancio-me da realidade, sonho acordado, fico sozinho, sinto me bem, choro e sou feliz.
Sonho com a morte para não viver com medo de morrer.
Enfim sou assim.

A rabiscar com a caneta sou mais doentio que os demais, mas não será isto que me vai fazer abrir mão do que sempre precisei á minha volta, tu, sinceridade acima de tudo.
Renasço das cinzas da minha morte para viver mais intensamente que nunca.
Grito pulmões fora procurando por alguém, pois parece que estou sempre a falar sozinho.
Ninguém me conhece, eu sou frio, ando por este caminho sozinho, simplesmente não é culpa de alguém senão minha. Sempre foi o caminho que escolhi seguir. Gelado como a neve, não mostro emoção nenhuma, tenho um buraco no meu coração, uma espécie de montanha-russa emocional que desaparece cada vez que os meus braços te relembram e aclamam por ti.
Ultimamente relembrar-te deixa me cada vez mais em baixo, sinto que perco o controlo de mim mesmo, eu sinceramente peço desculpa porque parece que estou sempre a reclamar, mas a vida teima em ficar sempre complicada.
Tento esconder isto, mas não consigo, finjo que estou todo eufórico, mas no fundo, estou morrendo.
Dou conta que realmente preciso de ajuda, pois fraco demais para combater o que o meu coração se apoderou, altos e baixos são os mais constantes.
Odeio o reflexo no vidro, ando pela casa a tentar lutar contra todos os espelhos, apenas não suporto mais a minha aparência.
Sei que parece que já apagamos a nossa história, mas ainda hoje, ao ver uma fotografia tua, quase odeio dizer, eu sinto a tua falta, subconscientemente apenas digo que não sei mais o que dizer, eu acho que agora estou... acabado.
Os meus amigos já não conseguem perceber este novo eu, isso é compreensível, nem eu percebo.



Coração frio de alma desfalecida tenta encontrar forças para bater de novo.

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