21 de janeiro de 2012

Submundo Visto Com Luz Nos Olhos

Viagem do espírito por entre fendas deixadas no subsolo levam-me ao inferno das almas perpétuas na escuridão do sentimento humano, congelando-me e em transe fico mal respiro este ar nefasto.
Rio de sangue derramado ensopa-me os pés, vento roubado á mãe natureza range os dentes por cada brisa que sinto por entre bofetadas na minha face imóvel.
Olhos percorrem as paredes humedecidas na esperança de encontrar a luz, mas de nada vi senão o reflexo de uma alma enraivecida por falta de crença.


Rebobino o pensamento na esperança de encontrar o momento em que saí da rota traçada pela sociedade para a minha simplória vida, de nada me recordo senão a luta constante e de afirmação com sangue e suor nesta sociedade cheia de velhos do Restelo.
Subida á superfície apoiada na elevação do espírito.
Procuro o meu espaço anteriormente perdido e somente focado no reencontro da minha alma com a caneta.
Escrita volta como chuva inesperada no maior dia de sol, embora o sol teime em brilhar, a chuva jamais abrandará o seu trajecto.
Alma em coma auto-induzido deixa os lábios cosidos, mas ouvidos bem despertos absorvendo cada sinfonia.
Escrevo pela liberdade, acredito nela e tento encontrar na minha escrita um sítio mais digno para a felicidade.
O que escrevo não passam de palavras vazias e simples facto de tentar descrever o sentimento impossível de verbalizar em meras frases frias deixa a minha alma mais reconfortada que nunca.


Limiar da insanidade foi ultrapassado a quem conseguiu entender estas linhas na plenitude da minha percepção.