21 de janeiro de 2012

Submundo Visto Com Luz Nos Olhos

Viagem do espírito por entre fendas deixadas no subsolo levam-me ao inferno das almas perpétuas na escuridão do sentimento humano, congelando-me e em transe fico mal respiro este ar nefasto.
Rio de sangue derramado ensopa-me os pés, vento roubado á mãe natureza range os dentes por cada brisa que sinto por entre bofetadas na minha face imóvel.
Olhos percorrem as paredes humedecidas na esperança de encontrar a luz, mas de nada vi senão o reflexo de uma alma enraivecida por falta de crença.


Rebobino o pensamento na esperança de encontrar o momento em que saí da rota traçada pela sociedade para a minha simplória vida, de nada me recordo senão a luta constante e de afirmação com sangue e suor nesta sociedade cheia de velhos do Restelo.
Subida á superfície apoiada na elevação do espírito.
Procuro o meu espaço anteriormente perdido e somente focado no reencontro da minha alma com a caneta.
Escrita volta como chuva inesperada no maior dia de sol, embora o sol teime em brilhar, a chuva jamais abrandará o seu trajecto.
Alma em coma auto-induzido deixa os lábios cosidos, mas ouvidos bem despertos absorvendo cada sinfonia.
Escrevo pela liberdade, acredito nela e tento encontrar na minha escrita um sítio mais digno para a felicidade.
O que escrevo não passam de palavras vazias e simples facto de tentar descrever o sentimento impossível de verbalizar em meras frases frias deixa a minha alma mais reconfortada que nunca.


Limiar da insanidade foi ultrapassado a quem conseguiu entender estas linhas na plenitude da minha percepção.

11 de novembro de 2011

Um..Dois..Três..Quatro.



Comunicação feita através de mensageiros angelicais, mensagem entregue, saudade sentida.
Quatro anos, meia vida, tristeza inteira.
Lágrimas secam, sorriso foge, alma encolhe-se, pois daqui desapareceste.
Batalha constante travada lado-a-lado, transpirando cumplicidade.
Amargura sentida na hora da despedida prolongou-se durante quatro duros longos anos.
Para uns serás sempre relembrado como a pessoa que foste, por outros esquecido pela pessoa que para eles nunca foste.

Saudade, efectivamente saudade.

27 de setembro de 2011

Galeria de Fotografia


Fotografia de Ana Barroso
Apenas gostava de compartilhar convosco o trabalho de uma pessoa que ja me acompanha a alguns textos e por quem eu tenho bastante consideração. E como adoro as fotos dela, achei de meu direito partilhar convosco fotos simples e de uma beleza impar nestas belas fotografias da autoria da Ana Barroso.
Desde já o meu grande Obrigado por tudo Ana.

Óculos Escuros (...)


Fotografia de Ana Barroso

Tu que de óculos escuros passas na rua, desviando o olhar do teu próximo com medo de trocar um olhar com alguém!
Sim tu, tu mesmo que olhas para o chão com medo de calcares alguém com o mesmo andar que tu, sim tu, egoísta que não sorris, mas choras por dentro, que dizes não sonhar, mas passas a vida a castigar-te.
Escuros, sim escuros são os óculos que te pertencem, assim como os olhos que te são queridos pertencem a quem amas, sim esses, que não paras de desejar.
Tu que nessa escuridão não te vês livre deles e sonhas com o dia em que todos fossem cegos para não se apaixonarem como aconteceu contigo, sim tu, mente moribunda que vagueia nas trevas, na ânsia de encontrar a menina dos teus olhos.
Foram bastantes as vezes que desejas-te tirar os óculos da tua vida para tentares cruzar os teus olhos sem vida, com outros olhos cheios do mesmo nada que tu.
Esconde-te alma nas profundezas da escuridão, assim como os olhos se refugiam na escuridão destas lentes, ai lentes foscas desses óculos antigos, empobrecidos com essa tua alma, ai como me deixas triste.
Mártir do seu próprio eu, sim tu, ou mesmo eu.


PS: Um dia poderei ver a luz sem ti, meus óculos escuros.

24 de setembro de 2011

Realidade Aumentada

Fotografia de Ana Barroso
Tenho ficado a olhar atentamente nas tuas fotos que chego a acreditar que são reais.
Vivo a tanto tempo agarrado as tuas fotos que acredito nisto que posso sentir é tudo verdadeiro.
Recordo-te parada calmamente debaixo de uma chuva gélida quando o meu coração foi em direcção ao teu, para o aquecer. De mais nada me lembro senão olhar fixamente para ti e te beijar durante todo o tempo que me restava.
Abracei-te sempre com toda a força que tinha, na ânsia de acabar com os teus tremores.
Suavemente naquela noite não pude deixar de contemplar o quanto radiante estavas e o quanto a neve parecia escura ao teu lado.
Finalmente encontrei a coragem de tudo abandonar quando te recordo nos meus braços.

Tão delicada, gélida e perdida, estavas sempre tão perdida na escuridão…
Abro os meus olhos mas nunca vejo nada. Espero ter pensado sempre nas palavras certas para conseguir prender o teu coração.
Procuro no tempo as palavras verdadeiras para afastar a distância entre ti e as tuas fotos.


PS: Do nada fizeste o tudo, o tudo desapareceu e restas-me tu.

21 de setembro de 2011

Amanha acabará por Chegar..


Fotografia de Ana Barroso

Hoje é o melhor dia que já vivi pois não posso viver o amanha, continua demasiado distante.
Vou queimando os meus olhos para me antecipar ao Sol.

Queria mais do que alguma vez a vida me poderá conceder.
 A rotina enche-me deste tédio nefasto e negro que me acompanha todos os dias.

Esperar por amanha é um erro que prometo não cometer, enquanto arranco o meu coração pois ainda tenho tempo.
Deixarei para amanha as cicatrizes de laços negros dos quais nunca me esqueci, esperando que o Amanha as leve.


PS: Nao tentes Compreender-me hoje, pois eu estava a pensar no Amanha.

5 de setembro de 2011

Vivendo ( ... )

Fotografia de Ana Barroso
Nascido das cinzas mudas de quem tinha muito para contar, acorrentado a quem decapitado foi por muito falar, sorrindo com a alma por não ter boca para me exprimir, sentindo com a cabeça pois o coração só bombeia sangue e lembrando aqueles que abandoram-me, pois foram quem mais me amou.
Sonho por entre cortinas de fumo na esperança que o dia nasça diferente e se ponha á mesma hora que costuma nascer.
Nunca procurei abrigo ao som de injustiças, nem procurei sossego nas vastas multidões erradas de pensamentos perdidos.
Hoje podia ser uma linda despedida, podia ser muita coisa que desejavas, mas irremediavelmente será um tudo de nada, representado quase tudo que nada percebeste. 


PS: Das letras antigas aprendi a fazer textos novos.