23 de março de 2011

Carta á minha Consciencia

Fotografia de Ana Barroso
Limitado ao teu lado, preso ao silêncio, apenas uma possessão.
Somente a violência alimenta o teu ego que me quebra em pedaços, onde eu posso suportar apenas o suficiente desta dor.
Vai em frente e infecta-me, amedronta-me até a morte. Talvez tenha pedido isto, mas acho que seria algo que eu simplesmente não esqueceria.
Sentes o máximo de satisfação doentia, quando dizes conseguir foder a minha mente.
Tiras a minha essência, apoderas-te dos cantos mais sombrios da minha mente para poderes respirares.
Sem fé, sem luz, condena-me a viver, condena-me a mentir, pois por dentro continuo morto.

Fui a tua vítima principal, mas hoje deixarás de ser a voz na minha cabeça.

15 de março de 2011

Despedida Interior

Fotografia de Ana Barroso
Não me lembro onde estava quando escrevi isto, mas a percepção que tive foi que a vida não passava de um jogo.
Quanto mais entendia as coisas, mais difíceis as regras se tornavam, sem ter a mínima ideia do custo desta descoberta, a minha vida passou-me diante dos olhos.
Descobri o quanto a minha vida tinha de planos falhados e de projectos realizados.
Para que ao lerem isto os meus amigos saibam que eu adoraria estar convosco apenas peço que quando pensarem em mim soltem um sorriso. O corpo foi-se e só resta a alma.
A todo o mundo, a todos os meus amigos, eu amo-vos, mas devo partir. Estas serão sempre as últimas palavras que irei falar para elas me poderem libertar.
Se o meu coração ainda estivesse vivo, eu sei que ele me iria partir.
As minhas recordações deixadas contigo, nada mais há a dizer sobre elas. Seguir adiante é uma coisa simples, o difícil é sempre o que se deixa para trás.


Sensação de sono deixou de ser dor e a vida já está cicatrizada.

14 de março de 2011

Quatro Paredes

Fotografia de Ana Barroso
Muitas vezes sem controlo da mente onde vivo, sozinho, abstraído deste mundo de confusão.
O ar cheio de ruído tenta-me acordar deste pesadelo em que estou aprisionado.
A vida começa a tremer entre estas quatro paredes que me rodeiam. Olhar fica vazio sem conseguir encontrar o caminho por entre este labirinto.
Rodeado dos medos e dos sonhos que atormentam o meu sono, limito-me a preencher os olhos de branco, em que só eles conseguem ver a luz.





Dizem que é um hospício, mas serei eu louco?

4 de março de 2011

Trilho Conflituoso


Fotografia de Ana Barroso

 Hoje magoei-me simplesmente para ver se ainda sinto alguma coisa, focalizo a dor, a única coisa real.
Como uma agulha abre um buraco aquando de uma picada, assim a velha picada familiar me magoa.
Tentei esquecer esta dor de todos os jeitos possíveis, mas as lembranças fazem-me recordar tudo.
No fim, todos que conheço vão embora, mas tu no entanto podias ter ficado com tudo que era meu, o meu império de sujidades.
Uso esta coroa de espinhos, sentado neste trono de mentiras, cheio de pensamentos quebrados pela vida que eu não consigo consertar.

Debaixo das manchas do tempo, os sentimentos desapareceram, e tu já és outra pessoa.

Se eu pudesse ao menos começar de novo, a milhões de quilómetros daqui. Eu podia encontrar-me, eu podia ate encontrar um caminho…