15 de julho de 2011

Como Aquela Pedra

Fotografia de Ana Barroso
Numa tarde intrigante, num quarto cheio de nada, de espírito livre eu confesso que estive perdido nas páginas de um livro cheio de morte. Lendo como morremos sozinhos.
Desconfiado do rumo a seguir, peço indicações aos deuses e aos anjos para que me guiem por entre este leito de morte.
Sono profundo me embala. Quando finalmente abro os olhos e os levanto ao céu, este já estava arroxeado, o vinho sabia a sangue e o caminho tomado por indicação celestial me trouxe a este lugar nefasto e cheio de morte.
Continuei a ler este livro ate que o dia terminasse sentado no teu jardim, á porta dessa tua casa, como uma pedra que espera ansiosa num deserto por uma gota de agua.

Em Sonhos até a minha Morte, serei sempre o mesmo.

13 de julho de 2011

Eco de Alma


Fotografia de Ana Barroso

As promessas que quebraste, palavras que deixaste engasgadas e o meu afastamento que nunca aconteceu, fazem disto para mim um mistério.
Sou bem melhor sem ti e tu melhor sem mim.
Mentiras, sangramento da alma, gritos perdidos no interior dos nossos corpos foram me dilacerando, ódio em crescente, engano perpétuo e confusões, tudo acaba hoje.
Pintei o espelho de preto na tentativa de te esquecer, pois imagem do teu rosto aparece diante dos meus olhos cada vez que os abro sem chorar.
Rosas murchas num copo morto fazem de tudo que era nada ser nada do que era tudo.
Sempre serás a escuridão perfeita que queima as estrelas e a doença perfeita que esperei um dia por ela morrer.

PS: Cansei de Pontes suspensas, quero pisar terra firme.

5 de julho de 2011

Tudo é Nada

Fotografia de Ana Barroso
Sala escura onde o cigarro me faz companhia, tapete sujo como vidas cheias de nada.
Quando o fim se aproxima ficamos cheios de tudo.
Se poderes lidar com tudo isto, eu estarei em paz.
Por agora apenas quero que me salves de tudo que sou e do nada que serei.
Dialogo entre a minha alma e o coração faz-me acreditar que não consegues viver com isto.
Cérebro atormentado reafirma que consigo ajudar-me a mim mesmo, sem ninguém a quem dar a mão.
Depois disto tudo, vai chegar o dia em que me vais levar ou me abandonar, nesse dia peço para rezares por mim e então serei perdoado.



PS: Esperas por mim ou abandonas-me?