29 de abril de 2011

Saudade Embalada na Despedida...


Fotografia de Ana Barroso

Quando não estas…
É o sorriso vagabundo que procuro encontrar no meio de fotos antigas.
Lamento por nunca ter a palavra certa, sem ser poeta resta-me o domínio da caneta.
Por muito que escreva, ficará sempre algo por dizer. A dor já consumiu o bastante destes sentimentos e o esquecimento é alcançado com o sabor amargo da saudade.
O nosso silêncio só encobre a cobardia de ter medo de amar.
Das lágrimas fiz o maior sorriso da vida e consequentemente do passado já nada resta.
Fiz do futuro a minha casa sem portas, vivendo apenas para as paredes frias, sabendo de antemão que viver numa casa com portas, só leva a partidas e chegadas indesejadas.
Soube viver novamente, soube chorar novamente, mas principalmente soube sorrir quando tu não estavas lá.

Até Sempre. . .

Noite Perdida

Fotografia de Ana Barroso
Só mais uma noite sem inspiração, lá fora a chuva intensificam o seu canto e aumenta a depressão juntamente com o stress do fim do dia e de uma separação.
Apetece-me cair de vez e deixar-me ficar no chão.
Faço de conta e recordo momentos felizes, na esperança em que o sol aqueça as nuvens tristes, mas tudo mal continua debaixo deste tecto.
Parece mentira como a violência nua e fria destas palavras tem tão pouco significado comparando com o sabor da própria vida.
A liberdade insegura em que temos de caminhar por baixo deste sol queimado faz com que seja difícil respirar, mas mesmo assim contínuo, nem que não seja para alimentar a ilusão.
E nesta pagina rasgada do livro da inocência que comprovo que a vida estará sempre presa por um fio, assim como a aranha passa o dia.

18 de abril de 2011

Arco-Íris Preto e Cinza

Voltas e mais voltas e a dúvida torna-me a cumprimentar, fazes do preto e cinza o meu dia e na esperança espero ate alcançar um arco-íris.
Ninguém compreendia os meus pontos de vista quando mostrava os meus textos e nem eu mesmo sabia se estava acordado ou a dormir quando escrevi isto.
Na minha mente sou um lutador com um isqueiro no lugar do coração, sangue substituído pela alma negra para que na simbologia da minha vida ganhe forma cada vez que uma faísca é escrita num papel.
Grande dor de cabeça, estou doente para vos. Desisto de ser comparado a todo o vosso brilhantismo, porque sei que para cada texto que lance haverá sempre novos críticos há espera que eu escorregue.
Cada vez que a minha cabeça toca na almofada uma dor profunda grita ate que eu não consiga dormir, mas são esses obstáculos que me mantêm desperto.
Sem discrição possível é o relato da vida nas minhas próprias palavras.
Até que a alma deixe de doer eu continuarei a escrever!


Fotografia de Ana Barroso


PS: A esperança não me abandonou, apenas deixou de se importar!

14 de abril de 2011

Sozinho, em Plural.

Fotografia de Ana Barroso
Nasci sozinho, mas acompanhado.
Durante estes anos combati lado a lado com almas fotocopiadas de algo erradamente idolatrado como certo e grande parte de mim formou-se convosco.
Desconhecidos do mundo em geral, em mim desempenharam o papel principal.
Faço deste texto mais um pouco de mim, sabor amargo e sentimento servido frio ao teu prato.
Abandonado por alguns, marginalizado psicologicamente por outros, odiado por uns e amado pelos demais.
Estive perdido muito tempo, embarquei no barco da depressão profunda durante uma longa jornada, mas como hábito presente na minha vida, mais uma vez fui reabilitado pelos meus fiéis companheiros de caminhada.

Acordo todos os dias de punho fechado pronto para a revolução, luto pela minha liberdade, saboreando o doce sabor da vitória no fim do dia.
Agora tenho a coragem de querer, de ser forte e de me erguer, sem ceder e nem mesmo desistir.
Nas minhas palavras encontrei o conforto que outra alma não me proporcionava, sentimento construído das próprias cinzas.
Mais linhas me insurgem a desabafar a quem neste ano transacto me desiludiu, mas sinceramente não o vou fazer, por meramente desinteresse nessas ditas pessoas, serve como recado a todos que julgaram o meu íntimo sem compreenderem a vida.
Para essas pessoas guardo o dedo do meio e um sentimento de pena, quem perdeu não fui eu.
Lembrar-me-ei sempre de quem comigo caminhou lado a lado e para esses guardo o meu amor.


PS: Escrito ao som de uma balada de amor, nas tuas ruas Guimarães eu expresso o meu sentimento e na mão vos guardo amigos.

1 de abril de 2011

Estrela Cadente

Tu que moras no céu, tu que habitas entre buracos negros e estrelas perdidas na morbidade desse céu enfadonho, tu que nessa noite teimas-te em brilhar mais que as outras, tu e só tu que me beijaste debaixo daquele luar esquecido.
Ninguém viu, ninguém sentiu, mas a veracidade do nosso amor embalou todas as estrelas do teu céu.
Batida desconcertante encobre os teus passos por entre a ruidosa estrada cheia de pó e pedras que outrora alguém atirou, portas se abrem por entre almas, suspiros tornados verdade apenas não passam de miragens.
Prendes-me no teu olhar, sinto-me perdido com a sensação que alguém nos observa, o teu dedo encostado nos lábios como que a impedir um sussurro meu é perfeitamente compreendido pela minha alma que se mantém silenciosa, enquanto nossos corpos se perdem na escuridão da noite.
Sorriso propagado a todos os cantos do mundo, felicidade aconchega todos os seguidores que estupefactos seguiram a tua rota descendente até aos meus braços.





Tens razão Rui Veloso Não há estrelas como esta no céu!