24 de setembro de 2011

Realidade Aumentada

Fotografia de Ana Barroso
Tenho ficado a olhar atentamente nas tuas fotos que chego a acreditar que são reais.
Vivo a tanto tempo agarrado as tuas fotos que acredito nisto que posso sentir é tudo verdadeiro.
Recordo-te parada calmamente debaixo de uma chuva gélida quando o meu coração foi em direcção ao teu, para o aquecer. De mais nada me lembro senão olhar fixamente para ti e te beijar durante todo o tempo que me restava.
Abracei-te sempre com toda a força que tinha, na ânsia de acabar com os teus tremores.
Suavemente naquela noite não pude deixar de contemplar o quanto radiante estavas e o quanto a neve parecia escura ao teu lado.
Finalmente encontrei a coragem de tudo abandonar quando te recordo nos meus braços.

Tão delicada, gélida e perdida, estavas sempre tão perdida na escuridão…
Abro os meus olhos mas nunca vejo nada. Espero ter pensado sempre nas palavras certas para conseguir prender o teu coração.
Procuro no tempo as palavras verdadeiras para afastar a distância entre ti e as tuas fotos.


PS: Do nada fizeste o tudo, o tudo desapareceu e restas-me tu.

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